Você que é tão avoada Pousou em meu coração Moça, escuta esta toada Cantada em sua intenção
Nasci com a minha morte Dela não vou abrir mão Não quero o azar da sorte Nem da morte ser irmão
Da sombra eu tiro o meu sol E do fio da canção Amarro essa certeza De saber que cada passo Não é fuga, nem defesa
Não é ferrugem no aço É uma outra beleza Feita de talho e de corte E a dor que agora traz
Aponta de ponta o norte Crava no chão a paz Sem a qual é fraco o forte
E a calmaria é engano Pra viver nesse chão duro Tem de dar fora o fulano Apodrecer o maduro
Pois esse canto latino Canto para americano E se morre vai menino Montando na fome ufano
Teus poucos anos de vida Valem mais do que 100 anos Quando a morte é vivida E o corpo vira semente
De outra vida aguerrida Que morre mais lá na frente Da cor de ferro ou de escuro Ou de verde ou de maduro
A primavera que espero Por ti, irmão e hermano Só brota em ponta de cano Em brilho de punhal puro Brota em guerra e maravilha Na hora, dia e futuro da espera virá
Compositores: Milton Silva Campos do Nascimento (Milton Nascimento) (UBC), Rui Alexandre Guerra Coelho Pereira (Ruy Guerra) (UBC)Editores: Nascimento Edicoes Musicais Ltda. (UBC), Trevo (AMAR)Administração: Sony Music (UBC)Publicado em 2018 (01/Mar) e lançado em 2013 (15/Jul)ECAD verificado obra #48215 e fonograma #15351691 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM